Recém-lançado, projeto é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, o Banco Mundial e o Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais; secretarias de educação já podem aderir à Rede, firmando o termo de adesão até 20 de dezembro
Construir possibilidades de aprendizagem em diferentes tempos e espaços. Essa definição de educação híbrida traz em sua essência o melhor da união de dois mundos: a complementação entre o ensino on-line, ou mediado por tecnologias digitais, e o ensino presencial, face a face. O primeiro passo para implementar essa modalidade educacional em todo o Brasil foi dado no dia 25 de novembro, com o lançamento da Rede de Inovação para Educação Híbrida.
A meta é auxiliar na efetivação do Novo Ensino Médio em todos os estados brasileiros, por meio de soluções de educação híbrida. Durante o evento de lançamento, transmitido ao vivo pelo canal do Ministério da Educação (MEC), no YouTube, foram destacadas as quatro principais iniciativas que compõem a Rede:
- 52 Núcleos ou Polos de Inovação: espaços físicos com toda a infraestrutura e os recursos necessários para a produção de videoaulas e outros recursos educacionais digitais, onde os profissionais da área de educação vão se capacitar para implementar a educação híbrida.
- Ambiente virtual de aprendizagem: um espaço on-line personalizado para o Novo Ensino Médio, que possibilitará aos estudantes e professores das escolas públicas brasileiras acessarem disciplinas, unidades curriculares e itinerários formativos oferecidos por qualquer instituição que pertença à Rede ou que seja parceira da iniciativa.
- Repositório da Rede: uma plataforma online de armazenamento, organização e busca de recursos educacionais para o Novo Ensino Médio. É uma espécie de biblioteca virtual sem muros nem portões em que qualquer pessoa é bem-vinda a qualquer hora, onde poderá encontrar, de forma fácil, rápida e gratuita, vídeos, animações, imagens, áudios, textos, planos de aula e outros materiais pedagógicos.
- Observatório da Educação Híbrida: espaço que será instalado na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), no campus A.C. Simões, em Maceió, destinado a monitorar e avaliar o funcionamento da Rede, acompanhando seu desempenho e a evolução, além de propor melhorias e inovações para aprimorar a educação híbrida e o Novo Ensino Médio no país.
“Essa é uma política pública que nasce preocupada com o monitoramento, com a avaliação”, destacou a Diretora de Políticas e Diretrizes da Educação Básica do MEC, Myrian Caldeira Sartori, durante o evento de lançamento da Rede.
Também participaram do evento as conselheiras da Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), Amábile Pacios e Suely Menezes. “A possibilidade da educação híbrida nos encanta muito. Isso representará um grande avanço para as escolas públicas e particulares”, disse Amábile.
“A educação brasileira precisa virar a chave para permitir um diálogo do nosso aluno com o mundo moderno”, completou Suely. “A legislação brasileira é muito ampla e rica. É um arcabouço legal que não apenas permite, mas exige que o aluno de hoje dialogue com a tecnologia, utilizando a tecnologia como ferramenta pedagógica, como uma forma de estar conectado com o mundo moderno, desde o ensino fundamental até a pós-graduação”, adicionou.
O vídeo acima, exibido durante o evento de lançamento realizado pelo MEC, explica como funcionará a Rede de Inovação para Educação Híbrida.
Como aderir à Rede – Para ter acesso às plataformas e aos benefícios oferecidos pela Rede de Inovação para Educação Híbrida, as secretarias de educação devem assinar um termo de adesão. Depois, a Rede propõe que cada secretaria faça um diagnóstico e construa um projeto para implementar a modalidade, já que isso dependerá da realidade educacional de cada estado.
Com a adesão, que pode ser realizada até dia 20 de dezembro, a secretaria definirá o local em que o Núcleo de Inovação será estabelecido, sendo que a Rede fornecerá todos os equipamentos e mobiliários para garantir o funcionamento adequado do espaço. Já a gestão dos Núcleos ficará a cargo da secretaria de educação, que designará uma equipe técnica e uma equipe pedagógica para atuar no local. Todos os detalhes sobre a adesão estão disponíveis na portaria 865 do MEC, publicada em 8 de novembro.
“O MEC está investindo R$ 40 milhões neste projeto, que contempla a instalação de mais de 50 polos de inovação pelo país, para garantir a infraestrutura necessária à coordenação e à criação de materiais pedagógicos pelas próprias secretarias”, explicou o secretário de Educação Básica do MEC, Mauro Rabelo, no evento de lançamento da Rede.
Um dos coordenadores do projeto, o professor Ibsen Bittencourt, pesquisador do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES) da Universidade Federal de Alagoas, revelou como foi construído o projeto dos Núcleos: “partimos, inicialmente, de um diagnóstico para poder identificar as melhores práticas que estavam sendo realizadas aqui no Brasil, a exemplo de Manaus, a exemplo de São Paulo, de Piauí e de outros estados. Também buscamos algumas referências internacionais para que pudéssemos construir um modelo que atendesse os mais diversos estados brasileiros.” Um dos 52 Núcleos de Inovação será instalado na UFAL. Na quinta-feira, 15 de dezembro, ocorreu a pré-inauguração do espaço.
Parceria com universidades – Fruto de uma parceria entre o MEC, o NEES e o Banco Mundial, a Rede de Inovação para Educação Híbrida consolida a relevância da participação das universidades públicas na construção de soluções para superar os desafios educacionais do Brasil.
“A UFAL tem nos ajudado, inclusive, a levar as nossas políticas para fora do Brasil, sendo reconhecidas mundialmente”, reconheceu Rabelo. “Projetos desenvolvidos em parceria com a UFAL e com outras universidades foram referenciados mundialmente ao longo deste ano, no Fórum Mundial da Educação, em Londres, e em tantos outros, principalmente aqueles vinculados à Política Nacional de Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica”, completou o secretário.
Representando o reitor da UFAL, o pró-reitor de Graduação da Universidade, professor Amauri da Silva Barros, parabenizou toda a equipe envolvida no projeto e os pesquisadores do NEES: “É motivo de muita alegria ver o nosso grupo submetendo propostas constantemente em diversos setores e contribuindo com o país, com a nossa educação.”
Barros concluiu destacando que o sistema educacional não pode ignorar as mudanças ocorridas no mundo: “A educação 100% presencial nunca foi um selo de qualidade. A gente não pode, de forma alguma, ignorar as mudanças”. Segundo ele, os processos produtivos mudaram, então, todas as novas possibilidades educacionais precisam ser exploradas com cuidado, com monitoramento, com acompanhamento.
O NEES teve participação crucial na construção da Rede de Inovação para Educação Híbrida, sendo responsável por desenvolver todas as plataformas e sistemas que a constituem, bem como por elaborar um Guia de Implementação da Educação Híbrida. Com a participação de pesquisadores no projeto, a política pública educacional já nasce a partir de evidências, tornando o lançamento da Rede um marco em prol da ampliação da qualidade e das oportunidades de aprendizagem no Novo Ensino Médio.
Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do NEES
Com apoio de Laura Gazana.
Mais informações: Portal da Rede de Inovação para Educação Híbrida: https://rieh.nees.ufal.br Live de lançamento no YouTube: www.youtube.com/watch?v=yNH9ugi4aXQ Portaria: www.lex.com.br/portaria-mec-no-865-de-8-de-novembro-de-2022 Reportagem exibida no "Bom Dia Alagoas": https://globoplay.globo.com/v/11166577