Relatórios e estudos do Observatório de Equidade Educacional, iniciativa do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES) com o Ministério da Educação (MEC), poderão receber um reforço importante a partir da inclusão de dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PenSE).
A PeNSE é uma pesquisa com alunos adolescentes de escolas públicas e privadas. É realizada desde 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o apoio do MEC.
“Estamos alinhando uma futura parceria com o IBGE para aproveitar o banco de dados da PeNSE. Há muitas informações de saúde e educação que nos ajudarão a entender melhor os contextos escolares”, explica a coordenadora geral do Observatório de Equidade, Angelina Vasconcelos. O NEES é vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
“A PeNSE aborda questões específicas relacionadas à saúde que outros questionários usualmente não contemplam. Ao focalizar aspectos como hábitos alimentares, prática de atividades físicas, consumo de substâncias, saúde mental e acesso aos serviços de saúde, a PeNSE proporciona uma visão abrangente do bem-estar dos estudantes brasileiros”, enfatiza a coordenadora.
“Essa abordagem diferenciada é fundamental para pensar em estratégias que promovam a equidade na saúde e na educação, garantindo que políticas públicas e intervenções sejam direcionadas às necessidades reais dos jovens”, complementa Angelina, que também é professora da Ufal.
INTEGRAÇÃO
Angelina conversou com o gerente da pesquisa e membro da coordenação nacional da PeNSE, Marco Andreazzi, durante treinamento realizado em Maceió, no início deste mês de abril. Servidores da Secretaria de Educação de Alagoas receberam orientações para a coleta dos dados da pesquisa no Estado.
Além dela, participaram Alcimar Trancoso, gestor em pesquisa do IBGE; e o pesquisador Gabriel Fortes, líder de pesquisa do observatório. Gabriel está no Chile, na Universidad Alberto Hurtado, e por isso participou de forma remota.
POLÍTICA PÚBLICA
No encontro na capital alagoana, Angelina Vasconcelos detalhou o trabalho realizado pelo Observatório de Equidade Educacional.
Entre os objetivos do grupo estão o monitoramento e a análise de dados para identificar desigualdades, desafios e barreiras sistêmicas para conseguir a equidade educacional. O observatório também colabora com gestores educacionais, fornecendo recursos para embasar a tomada de decisões.
“Essa articulação institucional é muito positiva pois aproxima cada vez mais a universidade do poder público e fornece dados importantes para a sociedade. A troca de experiências enriquece nosso trabalho”, destaca Gabriel.
A PeNSE é realizada por amostragem e usa como referência o cadastro das escolas públicas e privadas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Seu objetivo é subsidiar o monitoramento de fatores de risco e proteção à saúde em estudantes do Brasil. Além disso, identifica as questões prioritárias para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde em escolares.
