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Jornada da Equidade Educacional avança na Região Amazônica

15 de agosto de 2024

Com uma diversidade geográfica que chama a atenção – há escolas em áreas ribeirinhas, quilombolas e no campo, distantes das que ficam na zona urbana – Cametá, no Pará, conta com pesquisadores do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), para implementar ações que buscam melhorar a aprendizagem dos alunos da rede municipal.

A cidade fica a 637 quilômetros da capital Belém e é a primeira da Região Norte a receber a Jornada da Equidade Educacional, iniciativa do NEES voltada para municípios brasileiros de pequeno porte e que enfrentam desafios na oferta de educação de qualidade. A Jornada é também realizada em duas cidades do Nordeste: Limoeiro, em Pernambuco, e São Sebastião, em Alagoas.

FORMAÇÃO

Uma equipe do NEES esteve em Cametá, esta semana, para realizar formação com professores, coordenadores e demais profissionais da educação municipal. Os pesquisadores também apresentaram resultados de uma avaliação diagnóstica feita no primeiro semestre, de português e matemática, com alunos das turmas de 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental.

“Nossa vinda para Cametá foi muito relevante porque é a primeira vez que o NEES está atuando num município do Norte do País, na região amazônica. Há uma complexidade grande. A cidade tem cerca de 550 ilhas e nesses locais existem cerca de 130 escolas”, observa o diretor geral do NEES, Ig Bittencourt.

“São áreas ribeirinhas, quilombolas e do campo que além dos desafios de aprendizagem enfrentam o desafio de acesso. Trazer o time do NEES para cá, com a Jornada da Equidade Educacional, mostra o potencial que temos para ajudar a enfrentar os problemas educacionais brasileiros”, complementa Ig.

Além dele, participaram da visita e da formação o coordenador geral da Jornada da Equidade Educacional, Thomaz Veloso; a coordenadora de implementação da jornada, Marielle Azoubel; o articulador local da jornada, Carlos Portela, e o pesquisador Tiago Primo.

O secretário municipal de Educação de Cametá, Osvaldo Barros, e a diretora do Departamento Pedagógico, Andréia Moreira, receberam os pesquisadores e acompanharam as visitas às escolas. Também apresentaram o projeto de construção de novas unidades de ensino nas ilhas e explicaram como é o cotidiano dos professores e alunos ribeirinhos.

O prefeito da cidade, Victor Cassiano, se reuniu com a equipe do NEES para saber mais detalhes da Jornada e discutir sua expansão para todas as escolas de Cametá. Aproveitou para detalhar ações previstas para melhorar a educação no município.

A rede municipal de ensino de Cametá tem 198 escolas onde estudam cerca de 30 mil alunos e lecionam 2.194 professores. Em 2023, as escolas municipais tiveram nota 4,1 e 3,5, respectivamente, nos anos iniciais e finais do ensino fundamental no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados do indicador de qualidade aferido pelo Ministério da Educação (MEC) foram divulgados nesta quarta-feira (14).

PROTAGONISMO LOCAL

Uma das características da Jornada da Equidade Educacional é, a partir da identificação dos problemas, que afligem a rede de ensino, encontrar soluções em conjunto com os atores locais. Thomaz Veloso destaca que a ideia é que o NEES contribua com tecnologias abertas que tenham intencionalidade pedagógica, mas que as pessoas do município liderem as transformações necessárias para melhorias na educação.

“Não chegamos com propostas prontas. A partir do diagnóstico de aprendizagem que foi feito com os alunos e com a escuta dos profissionais da rede municipal, construímos juntos um plano de intervenção, personalizado conforme a necessidade de cada turma e de cada aluno”explica o coordenador da Jornada. Essa ação é chamada de Avaliar para Intervir.

“A Jornada da Equidade Educacional é uma parceria importante para o nosso município de Cametá. Como muitas outras localidades, enfrentamos desafios significativos em termos de disparidade educacional. E o apoio do NEES para vencer isso é fundamental”, afirma a chefe da Divisão de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação, Sarah Baia.

“A jornada é projetada para abordar essas desigualdades por meio de estratégias. E nossos coordenadores, gestores e professores estão fazendo parte desse processo. Eles foram ouvidos. Não é uma política que veio de cima para baixo, ao contrário, a base está sendo escutada. Esse trabalho em conjunto é muito interessante”, diz Sarah.

DEMANDAS

A equipe do NEES também se reuniu com as chefias das divisões de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Cametá para alinhar as ações da Jornada com as demandas específicas de cada divisão.

Durante esse encontro, foram discutidos os desafios e propostas de melhorias para as escolas, contribuindo para a construção de um plano de intervenção mais alinhado às realidade locais.

Participaram Ledilene Mocbel, chefe da Divisão de Educação do Campo; Márcio Silva, chefe da Divisão de Jovens e Adultos; Graziella Silva, chefe da Divisão Especial/Inclusiva; e Josevane Acácio, chefe da Divisão de Educação Infantil.

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