Como pesquisas, produtos e soluções computacionais podem melhorar a vida das pessoas em áreas como saúde, educação, mobilidade e agricultura? Esse é o foco das discussões e atividades que acontecem até a próxima sexta-feira (20), em Maceió, na 22ª edição do Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC). O evento reúne mais de 250 estudantes, professores e pesquisadores da área de tecnologia de vários Estados no Hotel Ritz Lagoa da Anta.
Na abertura, na noite de segunda-feira (16), o professor Juan Pablo Hourcade, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, falou sobre como as crianças estão sendo afetadas e como estão se comportando diante da tecnologia. Como palestrante convidado, ele apresentou o Story Carnival, uma visão para as tecnologias infantis que contrasta com as abordagens predominantes na indústria, com foco na criatividade, colaboração, conexões e controle.
Também na abertura, o coordenador geral do evento, Ranilson Paiva, deu as boas vindas aos participantes e destacou que toda a programação foi montada com muito carinho e de modo que as pessoas pudessem aproveitar bem o tempo delas, fazendo valer a pena por estarem no simpósio. Ranilson é professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pesquisador do NEES, o principal patrocinador do evento.
O diretor do Instituto de Computação (IC) da Ufal, Davi Bibiano, enfatizou a importância da troca de experiências. E lembrou que o curso de ciência da computação da instituição foi um dos 21 do Brasil a tirar nota máxima no Enade, 5, avaliação do MEC que mede a qualidade das graduações.
O vice-diretor do NEES, Diego Dermeval, comentou sobre o orgulho de receber em Maceió um simpósio tão importante como o IHC. “É um prazer para nós do NEES apoiar o IHC. Ajudamos a atacar problemas da educação pública do Brasil. Usamos tecnologia e ciência, o que tem tudo a ver com o IHC. Um exemplo é nossa participação no PNLD, o programa de livro didático do MEC. Contribuímos para entregar 150 milhões de livros para os alunos das escolas públicas”, afirmou Diego.
INVESTIMENTOS
O simpósio é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). A presidente da entidade, Thaís Batista, não participou da abertura porque tinha outra agenda, mas mandou uma mensagem de boas vindas que foi lida pela professora Isabela Gasparini. “Devemos nos esforçar para criar sistemas justos, transparentes e inclusivos. Propor soluções que mitiguem as desigualdades e promovam o bem comum, transformando o mundo para melhor”, comentou Isabela.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Fábio Guedes, contou que serão investidos pelo governo estadual R$ 200 milhões no Programa Mais Ciência, Mais Futuro, dos quais a metade é para pagamento de bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós. “Alagoas é o segundo Estado do Nordeste e o quinto do Brasil em cobertura de bolsas de pós-graduação. Hoje 70% dos alunos de mestrado e doutorado recebem bolsas”, explicou Fábio.
Representando o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, a coordenadora de Pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da universidade, Magna Suzana, enfatizou o quanto a realização de simpósios como o IHC impulsiona pesquisas e trocas de experiência. E lembrou da necessidade de nortear as discussões sempre pautados pela ética.
Também mostrou a satisfação de ver na plateia muitas mulheres. “Computação é uma área que atrai mais homens, mas vendo o público aqui tão equilibrado fico feliz pois devemos cada vez mais buscar equidade e igualdade”, comentou. Ao final, foi tirada uma foto somente com as mulheres que estavam na noite de abertura do simpósio.
ORGANIZAÇÃO
Além do professor Ranilson Paiva, faz parte da coordenação geral do IHC o também docente e pesquisador do NEES André Magno Araújo. Há ainda duas coordenações de programa, sob a responsabilidade das professoras Taciana Pontual (UFRPE) e Yuska Aguiar (UFPB). O grupo se completa com outros 39 membros de comitês técnicos.