A Inteligência Artificial pode ser uma grande aliada para a educação, contribuindo para o trabalho dos professores, aprendizagem dos alunos e tomada de decisões dos gestores públicos. Mas também pode trazer prejuízos. Por isso, Blaženka Divjak, ex-ministra da Educação e Ciência da Croácia, defende que é fundamental discutir as implicações do seu uso na educação para tirar o melhor proveito dela.
Blaženka Divjak participou, nesta terça-feira (09), da abertura oficial da 25ª Conferência Internacional de Inteligência Artificial aplicada à Educação (AIED 2024), mais concorrido e importante evento científico de inteligência artificial e educação do mundo. Acontece até a próxima sexta-feira (12) no Recife.
“A inteligência artificial pode ser uma assistente poderosa ou uma ameaça. O desafio é como utilizá-la da melhor forma. Precisamos discutir a sua regulamentação, o uso ético, como usar as ferramentas para melhorar o aprendizado dos alunos”, destacou Blaženka. O tema da conferência é “IA na Educação para um Mundo em Transição”.
A conferência reúne cerca de 500 participantes, entre presenciais e virtuais. Há representantes de pelo menos 30 países (Estados Unidos, Alemanha e Japão são os com mais pessoas). O objetivo é discutir o alinhamento das tecnologias de inteligência artificial com práticas pedagógicas, políticas educacionais e como ferramenta para uma aprendizagem equitativa.
O Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), levou um time de 43 pesquisadores. É a maior comitiva de pesquisadores de uma só instituição no evento. A Ufal é uma das instituições de ensino que integram o Comitê Brasileiro de organização da AIED 2024 (as outras são UFPE, UFRPE, UPE e César School).
PARTICIPAÇÃO
A abertura foi realizada no Grande Mercure Hotel, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, um dos locais da conferência. Além da palestra da ex-ministra da Educação da Cróacia, houve falas dos coordenadores nacionais do evento, Olga Santos e Ig Bittencourt. Ig é o diretor geral do NEES. O coordenador local, Rafael Mello, que também é pesquisador do NEES, afirmou que esta edição da conferência é a que teve presença recorde de brasileiros (mais da metade dos inscritos).
Estavam presentes ainda, na mesa de abertura, a vice-reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Socorro Oliveira; o CEO do CESAR, Eduardo Peixoto; o supervisor de Tecnologias Educacionais do Senac Brasil, Arthur Santos; o head de Inovação da Fundação Lemann, Tiago Maluta; e o pesquisador do Núcleo de Informação de Redes Brasileiras (NIC.br) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), Diogo Cortiz.
POLÍTICA PÚBLICA
Nesta quarta-feira (11), um dos fundadores do NEES, Seiji Isotani, fará a palestra principal, às 9h. Ele vai abordar o uso de Inteligência Artificial em políticas públicas na educação brasileira. Será às 9h.
Docente da Universidade de São Paulo (USP), Seiji acabou de retornar da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde atuou como professor visitante. É Ph.D. na área de Inteligência Artificial Aplicada à Educação.
Ele vai apresentar o conceito denominado “AIED Unplugged“, metodologia inovadora criada pelo NEES, sob a liderança do pesquisador, para criar e integrar tecnologias de IA em ecossistemas educacionais sem exigir modificações de infraestrutura, acesso à internet ou alfabetização digital avançada.