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“O Brasil já é uma potência em inteligência artificial na educação”, diz Seiji Isotani, pesquisador do NEES, em palestra na Brazil Conference 2024

15 de abril de 2024

Seiji em sua palestra na Brazil Conference, vestindo blazer cinza claro

“O Brasil já é uma potência em inteligência artificial na educação, criando soluções não só para o país como para o Sul Global. Precisamos de cabeças pensantes, inovadoras e criativas para que a gente consiga construir um futuro melhor, usando a inteligência artificial em prol da educação para todos”.

Assim o professor e pesquisador Seiji Isotani, um dos dos fundadores do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), encerrou sua palestra na 10º edição da Brazil Conference 2024, evento realizado nos dias 6 e 7 de abril, em Cambridge, nos Estados Unidos, nas Universidades do MIT e Harvard.

“Ano passado eu disse que o Brasil poderia se tornar uma potência em tecnologia. Hoje eu falo que já somos essa potência”, destacou Seiji. Professor da Universidade de São Paulo (USP) e atualmente docente titular visitante em educação da Universidade de Harvard, Seiji lidera um dos mais produtivos e influentes grupos de pesquisa do mundo sobre gamificação para fins educacionais.

Partindo da indagação “Como levar o benefício da IA para lugares e pessoas onde a tecnologia e a infraestrutura não existem ou são praticamente inexistentes?”, Seiji mostrou, na sua palestra, uma ferramenta desenvolvida pelo NEES que envolve inteligência artificial aplicada à educação e política pública. É o conceito de educação desplugada e que consegue responder à pergunta feita por ele.

Seiji citou exemplos do desenvolvimento da IA para trabalhar, no Brasil, em regiões com pouca ou nenhuma estrutura. “Como trabalhar IA num lugar desses? Fomos para lá, entendendo a população, cocriando com eles”, destacou. Os pesquisadores do NEES criaram um sistema que corrige redações a partir das fotos dos textos, enviadas pelos celulares dos professores.

“A partir do processamento desses textos, a gente detecta onde estão as dificuldades, consegue identificar o que os alunos podem melhorar e quais práticas pedagógicas o professor pode adotar para ajudar seus alunos”, explicou Seiji. A ferramenta foi usada em 7 mil escolas de 1.500 cidades brasileiras, atingindo 500 mil estudantes e 20 mil professores.

A análise de impacto mostrou que houve melhoria na aprendizagem dos alunos. “Houve redução das desigualdades. Observamos redução na desigualdade de aprendizagem considerando duas variáveis: gênero e escolas urbanas e rurais”, ressaltou Seiji.

“Com esses trabalhos que a gente faz, unindo educação, ciência da aprendizagem e política pública, conseguimos avanços muito interessantes. Atualmente temos a maior base de textos em português transcritos”, comentou Seiji.

“Ano passado falei que o Brasil poderia se tornar uma potência em tecnologia na educação. Hoje eu afirmo que já somos essa potência, em IA na educação”, assegurou Seiji, instigando o público que assistiu à palestra a se envolver em iniciativas que melhorem a educação brasileira.

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